
Círculos em um Círculos: Análise da Obra de Kandinsky
Wassily Kandinsky, pioneiro da arte abstrata, sempre buscou traduzir emoções e espiritualidade por meio da cor e da forma. Em Círculos em um Círculo (1923), o artista alcança um equilíbrio raro entre matemática, emoção e arte. Esta obra representa um dos pontos altos de sua fase Bauhaus, onde a abstração se torna um meio de explorar o invisível através do visível.
A Composição de "Círculos em um Círculo"
Ao observar a pintura, é impossível não notar o grande círculo preto central. Ele age como uma moldura que contém o universo interior da obra. Dentro dele, vemos uma profusão de círculos coloridos — vermelhos, amarelos, verdes, roxos, azuis — em diferentes tamanhos e opacidades. Eles parecem se mover em harmonia, criando um ritmo visual quase musical.
Além disso, as linhas retas que atravessam o quadro em várias direções lembram partituras, o que sugere um vínculo com a música, uma das grandes paixões de Kandinsky. Essa combinação de formas simples, porém organizadas com precisão, reforça sua teoria de que a arte deve ser sentida como uma sinfonia visual.
Geometria e Espiritualidade
A escolha do círculo como figura dominante não é aleatória. Para Kandinsky, o círculo era uma forma espiritual e universal — um símbolo de perfeição, continuidade e unidade. Por esse motivo, sua presença marcante nesta obra revela uma intenção profunda.
Diferente de suas obras anteriores, que utilizavam formas mais caóticas ou orgânicas, Círculos em um Círculo revela uma clara intenção de ordem e controle. Isso reflete a influência do racionalismo da Bauhaus. Além disso, o uso da sobreposição e da transparência entre os círculos sugere uma busca por profundidade e conexão entre elementos aparentemente isolados.
Portanto, a pintura convida o espectador a encontrar sentido na interação de cores e formas — uma metáfora visual da coexistência de diferentes energias e ideias.
Kandinsky e a Fase Bauhaus
Criada em 1923, essa obra é um marco do período de Kandinsky na escola Bauhaus, na Alemanha. Nesse contexto, o artista mergulhou na pesquisa formal de formas geométricas e sua relação com a emoção. Ele acreditava que cada cor e cada forma tinham uma vibração própria e que, juntas, poderiam criar composições que impactassem diretamente a alma humana.
Círculos em um Círculo sintetiza esse pensamento: uma obra aparentemente simples, mas carregada de simbolismo, equilíbrio e força visual. Por isso, ela continua sendo uma das peças mais admiradas de sua produção.
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