A Última Ceia: O que retrata a obra de Leonardo da Vinci?
A pintura mural A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, é uma obra-prima de drama psicológico, composição e simbolismo. Além disso, ela é consistentemente citada como uma das peças de arte mais famosas e estudadas do mundo.
Se a sua frase-chave de foco é A Última Ceia, continue a leitura. Desvende, portanto, os mistérios e o significado profundo desta icônica criação renascentista.
O Momento Exato de A Última Ceia
A Última Ceia (em italiano, Il Cenacolo) retrata a última refeição de Jesus Cristo com seus doze apóstolos em Jerusalém. Este evento, para ser mais preciso, ocorreu momentos antes de sua prisão e crucificação. No entanto, Da Vinci não retratou apenas a refeição. Em vez disso, o artista optou por um momento específico e de alto drama.
A pintura imortaliza o instante exato em que Jesus acaba de pronunciar a frase:
“Em verdade vos digo que um de vós me há de trair.” (João 13:21)
Muitas representações anteriores focavam na consagração da Eucaristia. Em contraste, Da Vinci capta o choque, a indignação e a confusão dos discípulos diante da revelação. Assim, a obra se torna um estudo profundo das emoções humanas e da reação individual.
Análise da Composição e Expressão

A genialidade de Leonardo reside em como ele usa a composição para acentuar o drama e a psicologia das personagens.
Jesus Cristo: Ele está posicionado no centro exato da pintura, sendo o ponto focal. Ademais, ele é o vértice de uma forma triangular que simboliza a estabilidade e a Trindade. Sua postura, em outras palavras, é de serenidade e resignação, o que está em nítido contraste com a agitação visível ao seu redor.
A Reação dos Apóstolos: Os doze apóstolos estão organizados em quatro grupos de três. Cada um, então, reage à notícia de uma maneira única e expressiva. Consequentemente, isso demonstra a mestria de Da Vinci em capturar a emoção humana:
Grupo da Esquerda de Jesus (da esquerda para a direita): Bartolomeu, Tiago Menor e André.
Segundo Grupo da Esquerda: Judas Iscariotes está segurando a bolsa de prata, símbolo da traição, e recuando. Ao lado, Pedro (impulsivo) segura uma faca e se inclina. Por fim, João é o discípulo mais jovem e amado, retratado com traços delicados.
Primeiro Grupo da Direita: Tomé aponta um dedo para cima, questionando a situação. Tiago Maior, por sua vez, tem os braços estendidos em fúria. Já Filipe coloca a mão no peito, sinceramente negando a traição.
Grupo da Direita Extrema: Mateus, Judas Tadeu e Simão estão discutindo entre si o significado da profecia.
Elementos de Simbolismo e Perspectiva

A Última Ceia está repleta de simbolismo, técnica e inovações artísticas.
Perspectiva: Leonardo utiliza a perspectiva de ponto de fuga central. Todas as linhas da arquitetura da sala convergem, por conseguinte, para a cabeça de Jesus. Isso coloca Cristo no centro narrativo e, mais importante, também no centro matemático da obra.
O Número Três: O número três, que representa a Santíssima Trindade, é recorrente. Por exemplo, há três janelas ao fundo. Os apóstolos, além disso, estão divididos em quatro grupos de três.
A Luz: Jesus não tem uma auréola tradicional. Em vez disso, a luz natural que vem de trás serve como uma auréola. Ela passa pelas três janelas e do centro arquitetônico, destacando sua divindade.
Onde A Última Ceia Está Localizada?
A Última Ceia é uma pintura mural. Ela está localizada no refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão, Itália.
Da Vinci utilizou uma técnica experimental (têmpera e óleo sobre gesso seco). Infelizmente, isso levou à sua rápida deterioração. A obra sofreu danos ao longo dos séculos, apesar dos esforços. Ela enfrentou tentativas de restauração, a abertura de uma porta na parte inferior e, inclusive, bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de todos esses problemas, a obra continua a ser um testemunho incomparável da genialidade de Leonardo da Vinci e do auge do Renascimento Italiano.