
Cubismo: O que Caracteriza Esse Movimento Artístico?
O Cubismo despontou no início dos anos 1900, e, desde então, transformou radicalmente a maneira de representar o mundo. Criado por Pablo Picasso e Georges Braque, o movimento rompeu com a perspectiva renascentista tradicional; desse modo, ofereceu uma experiência visual inovadora baseada em formas fragmentadas e múltiplas visões simultâneas.
Principais Características do Cubismo
Fragmentação e Desconstrução
A essência do Cubismo está na decomposição geométrica dos objetos. Primeiramente, os artistas quebravam a figura em planos sobrepostos para mostrar todos os ângulos ao mesmo tempo; consequentemente, a imagem final se assemelha a um mosaico de perspectivas.

Exemplo: Les Demoiselles d’Avignon, de Pablo Picasso.
Perspectiva Múltipla
Além disso, o Cubismo abandona o ponto de fuga único: cada elemento surge sob diferentes vistas dentro da mesma tela. Assim, a pintura bidimensional ganha profundidade e movimento constantes.

Exemplo: Homem com Violão, de Georges Braque.
Geometrização das Formas
Por outro lado, a simplificação em cubos, cones e esferas reforça o caráter analítico do estilo. Logo, a realidade deixa de ser reproduzida fielmente para ser interpretada por estruturas abstratas e rítmicas.
Uso de Cores Sóbrias e, Depois, Vibrantes
Durante o Cubismo Analítico, predominavam cinzas, ocres e marrons; porém, no Cubismo Sintético, cores vivas e colagens deram novo dinamismo às composições. Dessa forma, textura e tonalidade passaram a dialogar.

Exemplo: Retrato de Ambroise Vollard, de Pablo Picasso.
Influência de Culturas Primitivas
Máscaras africanas e esculturas ibéricas inspiraram contornos faciais estilizados. Consequentemente, viu-se uma estética mais simbólica e menos naturalista, algo que ecoa em inúmeras obras de Picasso.
Colagens e Elementos Mistos
Por fim, jornais, rótulos e tecidos entraram na tela para fundir vida cotidiana e arte. Com isso, o Cubismo superou os limites da pintura tradicional e antecipou práticas multimídia modernas.

Exemplo: Violino e Cachimbo, de Georges Braque.
As Duas Fases do Cubismo
Cubismo Analítico (1907–1912)
Nesta etapa inicial, a análise minuciosa da forma levou a uma fragmentação extrema. Cores neutras focavam a atenção na estrutura formal; portanto, o observador precisava decifrar o objeto oculto na trama geométrica.

Exemplo: Retrato de Daniel-Henry Kahnweiler, de Picasso.
Cubismo Sintético (1912–1914)
Em contraste, a fase sintética buscou clareza visual. Formas consolidadas, colagens e paletas intensas simplificaram a leitura, ao mesmo tempo em que introduziram texturas reais no quadro.

Exemplo: Homenagem a J. S. Bach, de Braque.
Conclusão
Em resumo, esse movimento artístico inaugurou uma nova visão que influenciou movimentos posteriores como o Futurismo, o Dadaísmo e o Surrealismo. Além de desafiar convenções de perspectiva e cor, o estilo incentivou artistas a explorarem materiais diversos. Por isso, ainda hoje, o Cubismo é estudado, admirado e reinterpretado por criadores do mundo inteiro.